Ao som de A mulher do fim do mundo - Elza Soares
Olá, Sociedade!
Escrevo-te esta primeira carta de muitas que ainda virão. Acho que tu pensa que evoluiu muito, mas ainda tem muito a crescer. Então à medida que vou sentindo necessidade, vou escrever pra ti.
Faz pouco que passei a me entender como feminista. Demorou pra cair a ficha que a luta é necessária. Talvez na juventude eu não sentisse tanto a pressão em ser do gênero feminino. Agora, aos 32 anos, não há um só dia em que eu não precise brigar pelo simples direito de ser humana. Não apenas mulher, mas humana. Direito de ser humana que nem os outros humanos que estão por aí e que não precisam justificar as mínimas ações.
Todo mundo é filho de uma mãe, não é mesmo? Não deveríamos, portanto, lutar todos pelos direitos das mães? Quantas mulheres deixam seus filhos aos cuidados de outros, para entrarem no terceiro turno de trabalho diário? Por que as empresas ainda não tem serviço de creches dentro dos seus estabelecimentos já que grande parte do seu efetivo precisa (ou precisará) deste serviço?
Alguém já se perguntou como aquela enfermeira, mães de duas crianças, consegue fazer plantões nos finais de semana, quando não há creches nem escolas abertas?
Alguém já se perguntou como aquela enfermeira, mães de duas crianças, consegue fazer plantões nos finais de semana, quando não há creches nem escolas abertas?
Não adianta mandar mensagem bonita de dia das mães, queridas empresas, tampouco no dia das mulheres. Vocês precisam criar políticas de inclusão para as mulheres e mães. Não só conquistamos o direito de trabalhar como o anexamos a nossa função de mãe e gestora do lar (mas isso fica para uma outra carta).
Precisamos falar sobre creches nas empresas, Sociedade! Não é só a mulher que tem que se preocupar com isso, seus filhos da mãe!
Beijinho na carteira de trabalho!
Mariáh
Precisamos falar sobre creches nas empresas, Sociedade! Não é só a mulher que tem que se preocupar com isso, seus filhos da mãe!
Beijinho na carteira de trabalho!
Mariáh
@maesolo_oficial
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